O compromisso o qual o Brasil assumiu em 2010, onde determinava uma redução de 50% nas ocorrências, possivelmente, era uma realidade para as condições daquele momento. Notamos que, a partir de 2010, houve um crescimento considerável na frota de veículos utilitários no Brasil, entretanto, não podemos dizer que o investimento em infraestrutura foi proporcional. Desse modo, é fundamental que esses assuntos integrem o debate sobre a agressividade, contemporânea, do trânsito brasileiro.
Inicialmente, a expansão volumosa da frota e também, a utilidade que é dada aos veículos, nos dias atuais, contribui para a ineficácia do compromisso assumido em 2010. Diante da mudança dos meios de consumo, aderido pela popularização da internet, uma grande parcela de carros e motos são utilizados, exclusivamente, como meio de renda para milhões de brasileiros. Tal fato, sobrecarrega as vias e contribui para que o trânsito se torne cada vez mais tenso e propício ao acontecimento de acidentes.
Ademais, a falta de fiscalização, investimentos na conscientização dos perigos e adaptação das malhas viárias proporcionando maior segurança é ineficaz e por vezes, inexistente. Assim, por exemplo, a BR 381 denominada Fernão Dias, tal rodovia é responsável por diversos acidentes fatais, fato que é conhecido por todos e causador de uma imensa indignação àqueles que necessitam transitar por ela. Porém, nunca foi tomada pelo poder público, uma solução capaz de sanar ou amenizar os perigos que os motoristas estão sujeitos. Sendo assim, são obrigados a aceitar os riscos e conviver com eles.
Em suma, a solução desse problema trata-se de uma competência concorrente, perante ao poder público, mas também, é necessário o engajamento de toda sociedade nos quesitos conscientização e educação. Urgentemente, esse assunto tem que integrar o debate, tanto na obtenção de maiores investimentos em infraestrutura e fiscalização, somando, com punições aos infratores contumazes e politicas públicas direcionadas à formação da mentalidade dos jovens como na mudança de mentalidade dos adultos.