Em 2022, as Nações Unidas organizaram um dos maiores eventos de preservação ambiental da história recente: a Conferência da ONU sobre biodiversidade, também conhecida como COP-15. Todavia, o desequilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade mostra que o Brasil desrespeita os objetivos propostos na convenção. Com efeito, para promover o desenvolvimento sustentável, há de se combater a omissão governamental e o silenciamento social.
Em primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater o desenvolvimento insustentável. Nesse sentido, o modelo de desenvolvimento utilizado empobrece social e ambientalmente a sociedade brasileira, pois causa pobreza e desigualdade social bem como a aniquilação dos recursos naturais. Essa conjuntura, segundo as ideias do contratualista John Locke, configura-se como uma violação do "Contrato Social", já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis como o direito à igualdade e ao bem-estar social, o que infelizmente é evidente no país.
Além disso, Jean Paul Sartre afirma, em sua obra "O ser e o nada", que existe um conceito conhecido como "Acomodação Social", segundo o qual há alguns temas sociais banidos da discussão coletiva. A partir da ideologia de Sartre, o debate acerca do desequilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade, embora seja relevante para a sociedade brasileira, não recebe a devida importância. Isso se exemplifica pela falta de conversa, na família e na escola, sobre a importância de adotar um modelo de desenvolvimento sustentável a fim de preservar os recursos do nosso planeta e melhorar a qualidade de vida da população brasileira.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Por isso, o governo deverá garantir que os investimentos públicos sejam destinados de forma eficiente e equitativa a projetos sustentáveis que visam o desenvolvimento econômico, social e ambiental, assegurando que os recursos sejam usados corretamente. Assim, com o debate responsável, na família e na escola, fortalecendo o senso crítico dos cidadãos, e com o compromisso das autoridades na execução de políticas públicas, se consolidará uma sociedade que se desenvolve sustentavelmente.