O Brasil é um país de grande diversidade étnica e cultural, resultado de um processo histórico marcado pela colonização, escravidão e imigração. Apesar dessa riqueza cultural, a sociedade brasileira ainda enfrenta desafios significativos no que diz respeito à igualdade racial. O racismo estrutural, enraizado nas instituições e nas relações sociais, perpetua desigualdades e injustiças que precisam ser combatidas por meio de políticas públicas efetivas e de uma mudança cultural profunda.
A questão racial no Brasil tem suas raízes na escravidão, que perdurou por mais de 300 anos e deixou um legado de discriminação e exclusão. Segundo o IBGE, a população negra (pretos e pardos) representa mais de 50% dos brasileiros, mas continua a ser a mais afetada pela pobreza e pela violência. Dados de 2022 mostram que 75% das vítimas de homicídio no país são negras, o que evidencia a vulnerabilidade dessa parcela da população.
Para enfrentar essas desigualdades, é essencial a implementação de políticas afirmativas. As cotas raciais nas universidades, por exemplo, têm sido um passo importante para democratizar o acesso ao ensino superior. Desde sua implementação, em 2012, as cotas aumentaram significativamente o número de estudantes negros nas universidades federais. Em 2019, 50,3% dos ingressantes em universidades públicas eram pretos ou pardos, um aumento significativo em relação aos anos anteriores.Contudo, a educação por si só não é suficiente. É necessário um compromisso maior do Estado e da sociedade civil para a criação de políticas públicas que promovam a equidade racial em todas as esferas.
A questão racial é, portanto, um desafio que demanda a união de esforços de todos os setores da sociedade. Como afirmou a socióloga e ativista Angela Davis: "Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É preciso ser antirracista." A luta pela igualdade racial é uma responsabilidade coletiva que exige coragem, comprometimento e ações efetivas para a construção de um Brasil mais justo e inclusivo.