No livro "Utopia", de Thomas More, é retratada uma sociedade utópica, sem problemas, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de problemas sociais. Na realidade, o que se observa na contemporaneidade é oposto ao que o autor prega, uma vez que o tráfico de pessoas apresenta barreiras que dificultam uma sociedade perfeita. Dessa forma, a ineficiência estatal e a falta de divulgação da mídia sobre esse assunto são fatores que ajudam esse problema a se perdurar.
Em primeira análise, evidencia-se a ausência de ações governamentais para ajudar no combate do tráfico de pessoas atualmente. O filósofo libertário Barnett, em uma de suas análises críticas, pontua que o Estado é incapaz de obedecer às suas próprias leis, para ser necessariamente ineficiente e contraditório como legislador. Desse modo, por mais que o governo tente atenuar o impasse impondo medidas, ainda não é suficiente para garantir o combate ao tráfico humano, que por consequência agrava essa problemática.
Além disso, é notório dar ênfase à questão da falta de divulgação da mídia, que ainda é um grande impasse à solução do combate. Segundo o filósofo Pierre Bourdieu, que o foi criado para ser instrumento de democracia, não deve ser convertido em mecanismo de opressão. Diante de tal exposto, pode-se observar que a mídia, em vez de divulgar essa informação para a população sobre os casos de tráficos humanos, influência na consolidação e persistência do problema. Logo, é inadmissível esse cenário de silêncio midiático que continue a pendurar.
Depreende-se, consequentemente, o aumento de novas medidas para rever o impasse no mundo e no Brasil. Para isso, a mídia deve criar um projeto que vise informar a população sobre o tráfico de pessoas na sociedade atual. Isso deve ocorrer com o aumento de reportagens sobre esse assunto, onde que nessas reportagens com a participação de profissionais não sensacionalistas devem fazer reportagens com pessoas que já sofrem tal empasse para informar a população de como isso ocorreu e ajudara a se prevenir, a fim de garantir os direitos dos indivíduos prejudicados e mobilizar sobre esse perigo. Portanto, atenuar-se-á, a médio e longo prazo, o impacto da diminuição do tráfico humano, assim a coletividade alcançará a Utopia de More.