A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, defende a manutenção do respeito entre os povos de uma mesma nação. No entanto, no cenário internacional atual, observa-se justamente o contrário, especialmente no que tange à visão dos estrangeiros sobre o Brasil. Nesse contexto, percebe-se a configuração de uma imagem distorcida, influenciada por estereótipos e visões superficiais que não correspondem à realidade brasileira. Este problema de percepção, marcado pela falta de conhecimento aprofundado e pelo sensacionalismo, necessita de ações claras e diretas para sua resolução.
Em primeira análise, a lentidão na mudança dessa imagem social mostra-se como um dos principais desafios a serem superados. Conforme Durkheim, o fato social e a maneira coletiva de pensar são essenciais; é possível perceber que a questão do preconceito em massa, tanto entre os próprios brasileiros quanto entre os estrangeiros, é fortemente influenciada pelo pensamento coletivo. Isso ocorre porque, ao crescerem inseridas em um contexto de visões simplificadas sobre o Brasil, as pessoas tendem a adotar essa mesma visão distorcida. Assim, a percepção externa sobre o Brasil é moldada por esses fatos sociais, tornando a solução ainda mais complexa.
Além disso, a cultura do sensacionalismo apresenta-se como outro fator que influencia a dificuldade de formação de uma imagem autêntica e diversificada do Brasil. Na obra “Modernidade Líquida”, Zygmunt Bauman defende que a sociedade atual é fortemente influenciada pelo individualismo. A dificuldade de muitos estrangeiros em entender a complexidade e diversidade do Brasil pode ser explicada pela influência desse individualismo na sociedade. Isso é evidenciado em capas de revistas como a “Der Spiegel”, que frequentemente retratam o país de maneira simplista, reforçando estereótipos que não refletem a riqueza cultural brasileira.
Logo, medidas estratégicas são essenciais para alterar essa percepção negativa. O Ministério do Turismo, em parceria com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e instituições culturais, deve promover "workshops" em escolas estrangeiras sobre a importância da diversidade cultural brasileira. Os workshops seriam divididos em módulos temáticos, abordando música, dança, culinária, história e geografia do Brasil. Cada módulo teria a duração de uma semana e seria ministrado por especialistas brasileiros convidados. Ademais, os intercâmbios culturais seriam organizados em parceria com escolas locais, garantindo a hospedagem dos alunos estrangeiros em casas de famílias brasileiras, proporcionando uma imersão completa na cultura local. Essas atividades, aliadas a dinâmicas interativas, devem servir como um catalisador para que a imagem do Brasil seja reinterpretada, promovendo uma representação que reflete sua verdadeira diversidade e riqueza cultural.