Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o país com o maior número de torcedores mortos em estádios de futebol. Tal dado escancara a intensificação da violência nesses espaços, sobretudo no cenário contemporâneo, em que práticas como assédio, xenofobia e exclusão comprometem o acesso à cidadania plena e à segurança coletiva.
Nesse contexto, observa-se a carência de fiscalização efetiva por parte das autoridades, o que contribui significativamente para a perpetuação dessas condutas. Mulheres e crianças, frequentemente vítimas de importunação sexual em arenas esportivas, exemplificam a urgência da adoção de medidas protetivas nesses ambientes. Por conseguinte, a negligência institucional acaba por normalizar tais violências, transformando espaços de lazer em zonas de vulnerabilidade.
Adicionalmente, indivíduos estrangeiros também enfrentam riscos semelhantes. Em 2017, por exemplo, durante um clássico no Maracanã, torcedores de outro país foram alvo de agressões físicas e verbais, evidenciando a presença de uma xenofobia enraizada. Assim sendo, a intolerância direcionada a não nacionais escancara a fragilidade da convivência democrática nesses contextos. Conforme preconiza o Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Entretanto, essa garantia é muitas vezes desconsiderada quando se trata de torcedores estrangeiros em território nacional.
Dessa forma, cabe ao Governo Federal — responsável pela formulação e execução de políticas públicas — adotar medidas concretas para transformar essa realidade. Entre essas ações, destacam-se a realização de campanhas educativas, em parceria com clubes de futebol e instituições esportivas, com o objetivo de conscientizar sobre a importância do respeito às diferenças. Além disso, o reforço do policiamento durante os eventos esportivos, viabilizado por meio do uso adequado de verbas públicas, deve ser uma prioridade. Assim, será possível promover um ambiente mais seguro, inclusivo e pautado na igualdade de direitos.