No filme "Que horas ela volta?" lançado em 2012, é abordado a questão da invisibilidade social e a falta de direitos e reconhecimento. Fora da ficção, a realidade não é diferente, visto que, o filme aborda esses temas de maneira mais fiel à dura realidade brasileira. Isso ocorre muito devido ao preconceito e exclusão das classes sociais mais pobres.
Primeiramente, é valido a observação de que no filme citado as personagens tem seus registros civis, e, mesmo assim, sofrem com a invisibilidade social. Se com a certidão de nascimento pessoas já são marginalizadas, imagine as pessoas que não a possuem? A lei nº9.534 de 1997 tornou o registro de nascimento gratuito, no entanto, mesmo sendo gratuito, apenas na região Sudeste do país por exemplo, é estimado que 1,15 milhão de pessoas não possuem.
Dessa forma, vemos que não ter seu registro impossibilita de retirar outros documentos como: carteira de trabalho, título de eleitor, CPF, entre outros. Não tê-lo, também, impede de matricular uma criança na escola e ter acesso a benefícios sociais, Não ter sua certidão, é, de certa maneira, não existir, não poder exercer o papel de cidadão. A falta do registro pode ser ocorrida pela localidade da pessoa, sendo em uma cidade onde não há cartórios, pela falta de um pai ou mãe, pela situação marginalizada, ou mesmo a falta de infraestrutura.
Conclui-se, portanto, que medidas são necessárias para garantir o acesso à cidadania no Brasil, o governo federal deve promover uma melhora na infraestrutura do país por meio de um projeto do Ministério das cidades que visa ser de fácil acesso os cartórios em diversas localidades para se fazer o registro. Somente assim as pessoas excluídas e à margem da sociedade podem ter a oportunidade de melhorar sua condição de vida. Todos precisam conseguir tirar sua certidão de nascimento, precisam ter o mínimo para serem reconhecidas como alguém, precisam conseguir ser brasileiros.