A inclusão de pessoas com deficiência (PCDs) no ambiente educacional brasileiro é um desafio que se impõe tanto ao Estado quanto à sociedade. Embora a Constituição de 1988 e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) garantam o direito à educação para todos, a realidade ainda mostra a necessidade de ações efetivas para assegurar a plena participação de PCDs no ambiente escolar. Dessa forma, é essencial discutir os obstáculos que persistem e apontar caminhos para a construção de uma educação verdadeiramente inclusiva no Brasil.Um dos principais entraves à inclusão de PCDs nas escolas formais é a falta de acessibilidade, tanto física quanto pedagógica. Muitas instituições de ensino não contam com infraestrutura adequada para receber alunos com deficiência, como rampas, elevadores e banheiros adaptados. Além disso, os materiais didáticos, quando não adequadamente adaptados, acabam por excluir esses alunos do processo de aprendizagem. Para superar essas barreiras, é imprescindível que o governo invista na adaptação dos espaços escolares e na criação de recursos pedagógicos acessíveis, como livros em braile, intérpretes de Libras e tecnologias assistivas.Outro aspecto fundamental para garantir a inclusão é a formação de professores. Muitos docentes ainda não estão preparados para lidar com as necessidades específicas dos alunos com deficiência, o que contribui para a marginalização dessas pessoas no ambiente escolar. Nesse sentido, programas de capacitação contínua e especializada são essenciais para equipar os profissionais da educação com as ferramentas necessárias para promover a inclusão de forma eficaz. Além disso, a inclusão deve ser vista como um valor central da formação docente, para que os professores possam, além de ensinar, contribuir ativamente para a construção de uma escola mais inclusiva e acolhedora.A promoção de uma cultura inclusiva no ambiente escolar também se faz necessária. O preconceito e a desinformação ainda são barreiras significativas para a inserção de PCDs em escolas e universidades. Muitas vezes, alunos com deficiência são tratados de maneira estigmatizada por seus colegas ou até mesmo ignorados. Para mudar essa realidade, é essencial que as instituições de ensino promovam campanhas de conscientização e ações que fomentem o respeito e a empatia entre todos os alunos. A criação de espaços de diálogo e a implementação de atividades que integrem todos os estudantes podem ser maneiras eficazes de combater o preconceito e promover a inclusão.Por fim, é crucial que as políticas públicas sejam efetivas e fiscalizadas para garantir a implementação das leis de inclusão. Muitas vezes, as normas existentes não são aplicadas de forma adequada ou suficiente, o que perpetua a exclusão de PCDs no ambiente escolar. A articulação entre governo, sociedade civil e instituições de ensino é necessária para que as leis e programas de inclusão sejam verdadeiramente eficazes, permitindo que todas as pessoas, independentemente de suas condições, tenham acesso a uma educação de qualidade.Portanto, assegurar a inclusão de pessoas com deficiência em ambientes de educação formal no Brasil exige um esforço conjunto que passa pela adaptação física e pedagógica das escolas, pela formação de professores, pela promoção de uma cultura inclusiva e pelo fortalecimento das políticas públicas. Apenas com essas medidas será possível construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.