A educação a distância conhecida como EAD, tem ganhado destaque no Brasil, especialmente com a recente pandemia de COVID-19, que forçou a adptação de de instituições e alunos ao ensino remoto. No entanto, a implementação dessa modalidade enfrenta inúmeros desafios que vão além da mera transposição das aulas presenciais para o ambiente virtual. Tais obstáculos incluem a falta de infraestrutura tecnológica adequada, a desigualdade de acesso à internet e a necessidade de adaptação pedagógica.
Atualmente no Brasil cerca de 15,3% da população brasileira acima de 10 anos ainda não possuem acesso à internet. Especialmente aqueles de regiões rurais ou de baixa renda, não possuem computadores ou dispositivos móveis. Essa disparidade tecnológica não só impede o pleno aproveitamento das aulas como também ampla as desigualdades sociais e educacionais existentes. Pierre Bourdieu, em sua teoria sobre o capital cultural, destaca como as desigualdades se perpetuam através do acesso aos recursos culturais e educacionais.
Em conclusão, os desafios da educação EAD, são complexos e multifacetados, engloba do tanto de questões tecnológicas quanto pedagógicas. Superar essas barreiras exige um esforço conjunto de governos, instituições de ensino e sociedade, visando não apenas a inclusão digital, mas também a preparação adequada de professores e alunos para essa nova realidade. Somente através de políticas públicas eficazes e investimentos contínuos será possível garantir uma educação de qualidade e equitativa para todos, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica. A aplicação das teorias de Pierre Bourdieu evidencia a necessidade de enfrentar esas desigualdades estruturais para construir uma educação mais justa e inclusiva.