"Ninguém nasce feito, é experimentando-nos do mundo que nós nos fazemos.", cita Paulo Freire, ao analisar o pensamento deste teórico relacionando-o à realidade do Brasil, é preciso refletir sobre os desafios no combate à pobreza menstrual na sociedade brasileira. Assim, torna-se necessário pensar no descaso governamental e na mentalidade social em relação a esta problemática.
Nesse sentido, faz-se relevante revisitar o papel do Estado na realização de políticas públicas eficazes para a mitigação da pobreza menstrual. Sendo assim, na Constituição Federal de 1988, no Artigo 5, diz-se que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se a todos os seus direitos básicos, no entanto, isso não se efetua, uma vez que ainda existam pessoas em vulnerabilidade menstrual e isso é um problema em plena era contemporânea.
Sob esse viés, cabe ponderar a mentalidade social como segunda causadora desta adversidade. A esse respeito, o filósofo Schopenhauer afirma que a representação do mundo para o indivíduo é baseada na percepção do seu próprio campo de visão. Além disso, a existência da precariedade de absorventes durante a menstruação alavanca, consequentemente, questões mentais como a perda de confiança e autoestima nas pessoas que menstruam, já que não podem andar na rua com certa "dignidade " inteira e a diminuição do abandono da escola, já que não conseguem pois não tem os devidos itens de saúde pública. Ademais, a conformidade do cidadão piora o problema. Diante disso, é importante a mudança da mentalidade social para intermediar o entrave.
Portanto, é interessante demonstrar que medidas tornam-se urgentes em relação aos desafios no combate à pobreza menstrual no Brasil. Logo, cabe ao Governo Federal, órgão que administra e possui ampla jurisdição no território brasileiro, elaborar ações governamentais eficientes e iniciativas sociais para chegar a áreas de difícil acesso por meio de incentivos fiscais que garantam o acesso a produtos menstruais a todos a fim de que o corpo social possa ser mobilizada enquanto um instrumento para que a questão seja minimizada. Dessa forma, o mundo proposto por Paulo Freire torna-se-á presente.