Segundo Steve Jobs ex-diretor executivo de uma das marcas mais famosas de tecnologia, a Apple- a tecnologia é o futuro, ou seja, o avança tecnológico está e vai continuar a acontecer, sendo impossível freá-lo ou impedi-lo. Contudo, a inércia estatal em mediar os avanços tecnológicos em comunhão com os avanços da sociedade e o individualismo da mesma tem se consagrado como um dos principais agravantes dos problemas oriundos dos avanços tecnológicos- sobretudo no mercado de trabalho-, tais quais a alta demanda de mão de obra ultra qualificada e as crescentes substituições de empregos por maquinas. Assim, não é razoável que, embora objetive ser nação desenvolvida, o Brasil ainda apresente uma postura tão retrógada frente aos imparáveis avanços tecnológicos.
Diante desse cenário, urge discutir acerca dos agravantes dos impactos das novas tecnologias no mercado de trabalho. A partir da perspectiva citada, o filósofo Platão discorre acerca da política ser a esfera para a realização do bem comum, o que compele aos órgãos estatais garantir os direitos básicos a população, ao se situar em uma sociedade capitalista, na qual os meios de subsistência estão descentralizados, necessita-se de dinheiro como moeda para conseguir adquirir a sobrevivência do indivíduo. Dessa forma, o emprego se consagra como um meio necessário para viver, em relação os avanços tecnológicos que cada vez mais exigem uma mão de obra ultra qualificada. Por essa lógica, quando o estado se apresenta inerte em relação ao melhoramento das unidades de ensino públicas para garantir essa capacitação dos profissionais, os ideais defendidos por Platão se tornam uma utopia para o Brasil.
Ademais, o individualismo da sociedade frente aos problemas gerados pelo avanço da tecnologia no mercado de trabalho, se mostra como outro -se não o maior- empecilho para amenizar essa situação. Sob a ótica de Zigmunt Baumam, em sua obra, "Modernidade liquida", o individualismo é uma das principais características -e o maior conflito- da pós-modernidade, de tal forma que, enquanto a população não pensar no bem coletivo quando o assunto é tecnologia no mercado de trabalho, como quando contratar um artista ao invés de utilizar uma Inteligência artificial para fazer uma obra ou manter a profissão de caixa de supermercado ao invés de aderir à onda de robotizar o atendimento, o avanço tecnológico vai continuar, como relatado por Jobs, mas deixando cicatrizes profundas no mercado de trabalho.
O combate aos problemas gerados pelo avanço da tecnologia no mercado de trabalho deve ser, portanto, regra no país. De tal modo que, o Estado, como defendido por Platão, tome iniciativas para amenizar esses impactos, por meio de aumento de verba na educação, além da modernização da mesma, afim de atender a demanda de mão de obra especializada, e também fomentar o debate -organizado por profissionais especializados- sobre a valorização do trabalhador humano frente a maquina no mercado de trabalho. Tornando a estrada para o futuro, que é embasada na tecnologia, um caminho mais harmonioso com o desenvolvimento da sociedade e equilibrado com um mercado de trabalho mais justo e igualitário.