Em 2004, o mundo conhecia a principal plataforma global de comunicação e conexão: O "Orkut" e, desde então, o planeta se mantém conectado e exposto. Por isso, a questão acerca da superexposição na internet se torna de extrema urgência e preocupação, uma vez que apresenta tremendas consequências desde seu surgimento, como danos psicológicos e, mais recentemente, a cultura do cancelamento.
De antemão, os problemas mentais evidenciados por diversas celebridade que atingiram o topo durante o crescimento da internet em suas diversas formas, tem um impacto significativo na vida dos próprios fãs. É notório que o público se conecta emocionalmente com seu artista preferido, assim como os entusiastas da banda de rock "Linkin Park" que, infortunadamente, perderam o vocalista, Chester Bennington, em 2018, para o suicídio. Chester, além de ter um passado carregado, era constantemente exposto nas redes e, junto com alguns apoiadores recorrentes, repercussões negativas o acompanhavam, mesmo após sua morte. Ainda que fizesse o certo, sempre existiria um grupo para critica-lo, o que claramente desencadeia diversos problemas a saúde mental do artista, e até mesmo a de seus fiéis seguidores, que sentiram a dor do estimado ídolo.
Ademais, o ato de condenar pessoas influentes por determinadas ações -muitas vezes questionáveis- se tornaria a cultura do cancelamento. Utilizada, a princípio, para desaprovar atitudes criminosas ou simplesmente inadequadas, cancelar famosos tornou-se um ritual para simplesmente retirar o direito da liberdade de expressão de muitos. O problema é que, no momento em que tal celebridade aposta em extrapolar sua exposição nas redes, ele tem que ter consciência de que uma enxurrada de péssimos comentários pode vir de brinde. Essa situação pode ser aprovada pelo grandioso Artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que deixa explícito a liberdade do cidadão, dentro dos parâmetros da lei. Dessa forma, entende-se que, diante da superexposição, o ser está livre para cancelar os outros e até ser cancelado.
Diante dos fatos expostos, o Governo, como um influenciador central das políticas sobre a Internet, pode desempenhar um papel fundamental na conscientização sobre os riscos da superexposição nas redes. Por meio de campanhas online, é possível promover a reflexão sobre as consequências e riscos dessa prática, buscando resgatar a união que o "Orkut" prometeu há 20 anos atrás.