A sociedade de consumo no Brasil, assim como em diversos outros países, tem sido marcada por um aumento contínuo na produção de resíduos sólidos, o que reflete diretamente a lógica consumista que prevalece. Nesse contexto, a frase do pensador Edy Gahr, "o nível da poluição ambiental no planeta é igual à burrice dos homens", oferece uma análise crítica e pertinente sobre a relação entre o comportamento humano e os problemas ambientais, em especial a questão do lixo.
A sociedade de consumo é baseada no ciclo constante de produção e descarte, em que os produtos têm vida útil cada vez mais curta e são substituídos rapidamente por novos. No Brasil, esse cenário se agrava pela falta de políticas públicas eficientes de gestão de resíduos e pela ausência de uma cultura sólida de reciclagem e reutilização de materiais. De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o país gera anualmente mais de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, dos quais grande parte ainda é descartada de forma inadequada, como em lixões a céu aberto.
Além disso, a poluição gerada pelo lixo tem consequências diretas na saúde pública e na biodiversidade. Nos grandes centros urbanos brasileiros, a coleta seletiva ainda é limitada e muitas vezes ineficaz, o que agrava a situação dos resíduos que se acumulam em aterros sanitários ou que acabam em rios e mares. O plástico, por exemplo, que é um dos principais componentes do lixo urbano, demora séculos para se decompor, poluindo ecossistemas inteiros e contribuindo para a extinção de diversas espécies.
É necessário, portanto, uma reeducação da sociedade, que passe pela conscientização acerca da finitude dos recursos naturais e do impacto ambiental causado pelo descarte incorreto de resíduos. Iniciativas como a implementação de políticas de economia circular, que visam reduzir o desperdício e promover o reaproveitamento de materiais, devem ser fomentadas e expandidas.