"Quando o homem decidir reformar a sua consciência, o mundo tomará outro roteiro". O trecho da obra "Provérbios", de Carolina Maria de Jesus, publicado em 1963, exprime a ideia que ideologias e preceitos redigem uma sociedade preconceituosa. Decerto, é confirmar tal perspectiva ao observar a persistência do racismo no Brasil, sustentado pela segregação racial e negligência governamental. Logo, é urgente sanar os desafios e enfrentar a problemática.
A princípio, faz-se necessária apontar a íntima relação entre a segregação racial e os obstáculos enfrentados por pessoas pretas e pardas na saciedade contemporânea brasileira. "Por causa do racismo estrutural, a população negra tem menos condições de acesso a uma educação de qualidade". A fala da filósofa Djamilla Ribeiro em sua obra "Pequeno manual antirracista" denuncia um grande desafio na luta contra o racismo. Desse modo, sem acesso à informação e oportunidades justas de educação, a população negra está submetida ao sistema da aristocracia branca, incapaz de reconhecer a violação dos seus direitos, sustentada pela hierarquia racial.
Ademais, é relevante atentar-se à negligência do Estado em situações de impunidade com casos de injúria racial (contra um indivíduo) e racismo (contra toda uma coletividade). A Constituição Federal de 1988 criminaliza quaisquer tipo de discriminação racial, entretanto, a ineficácia na execução de medidas punitivas dificulta o reconhecimento de comportamentos e falas racistas como crime, atuando diretamente na desistência de denúncias de suas vítimas. Dessa forma, a fiscalização do Estado no sistema judiciário mostra-se urgente, a fim de dissolver essa adversidade.
Em suma, constata-se que mudanças devem ocorrer para o enfrentamento dos desafios do letramento racial. Para isso, cabe do governo federal - órgão responsável por garantir o bem estar social, a justiça e a dignidade a todos, a realização de fiscalizações legislativas, com finalidade de assegurar a execução da pena de crime racial, tanta como promover medidas de segurança as vitimas. Assim, a questão deixará de ser um problema do corpo social brasileiro.