No poema "O Bicho", Manuel Bandeira retratou a situação desumana em que viviam as pessoas em situação de rua. No entanto, hodiernamente essa situação não tem se alterado, visto que ainda se apresentam muitos empecilhos para a promoção da cidadania e a inclusão dessas pessoas na sociedade brasileira. Nesse viés, cabe analisar as duas principais causas dessa problemática: o empecilho socioeconômico e o descaso governamental.
Sob esse prisma, é fundamental salientar o grave conflito socioeconômico que esses indivíduos encontram para serem integrados no meio social. Dessa maneira, segundo o Artigo 5.° da Constituição Federal Brasileira, "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza... ", embora existam inúmeros programas voltados para a população em situação de rua, como abrigos e centros de acolhimento, muitos desses serviços são insuficientes e não atendem devidamente às necessidades específicas dessa população.
Sendo assim, é necessário evidenciar o desprezo do governo com esses indivíduos. De acordo com Salvador Allende, "não basta que todos sejam iguais perante a lei, é preciso que a lei seja igual perante todos". É de extrema relevância citar que, segundo o IBGE, em 2023, 261 mil pessoas viviam em situação de rua Brasil, número 11 vezes maior do que há dez anos. Evidentemente conclui-se que a escassez de recursos e a falta de coordenação entre os diferentes níveis de governo e entidades não-governamentais continuamente resultam em serviços fragmentados e insuficientes para as necessidades reais dessa população. Portanto, a promoção da cidadania e inclusão social das pessoas em situação de rua no Brasil exige um esforço inexistente do governo, associadamente à sociedade civil e o setor privado.
Em síntese, para garantir a efetiva inclusão social, é primordial que o Ministério da Saúde, associadamente à outras entidades, promovam o programa "Reinserção da sociedade", que tem como objetivo promover a reintegração social e econômica das pessoas em situação de rua por meio de uma abordagem integrada e multidisciplinar, oferecendo suporte contínuo para assegurar uma transição sustentável e digna para uma vida estável, desenvolvendo campanhas de conscientização para informar a comunidade sobre o programa e assim promover a inclusão social. Sendo assim, por meio de políticas integradas, combate ao preconceito, garantia de acesso a serviços básicos, oportunidades de emprego e soluções habitacionais, será possível enfrentar esse desafio de maneira eficaz e duradoura.