O capacitismo é um tipo de discriminação que parte do pressuposto de que pessoas com deficiência são inferiores aos demais. No Brasil, essa forma de preconceito está presente em diversos setores da sociedade, impulsionando a exclusão e a marginalização de indivíduos com limitações físicas ou mentais.
Para compreender os impasses para combater o capacitismo no Brasil, é importante analisar o contexto histórico em que essa mentalidade foi enraizada. Durante séculos, as pessoas com deficiência foram vistas como incapazes e dependentes, sendo institucionalizadas e segregadas da sociedade. Somente a partir da década de 1980 é que as lutas por direitos e inclusão começaram a ganhar força, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que garantiu a igualdade e a não discriminação como princípios fundamentais.
No entanto, apesar dos avanços legislativos, o capacitismo ainda persiste de forma velada e sutil na sociedade brasileira. A falta de acessibilidade urbana, a discriminação no mercado de trabalho e a ausência de políticas públicas efetivas são alguns dos obstáculos que dificultam a plena inclusão das pessoas com deficiência. Além disso, a cultura do "normalismo" e a falta de representatividade nas esferas de poder contribuem para a perpetuação do preconceito e da discriminação.
Para superar esses impasses, é fundamental que haja uma mobilização coletiva em prol da inclusão e da acessibilidade. Os setores público e privado devem atuar de forma integrada para promover a igualdade de oportunidades, o respeito à diversidade e a valorização das potencialidades de cada indivíduo. A educação para a diversidade, o fortalecimento da rede de apoio e a promoção da autonomia e da independência das pessoas com deficiência são medidas essenciais para combater o capacitismo e construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
Em suma, os impasses para combater o capacitismo no Brasil são complexos e multifacetados, envolvendo aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos. É preciso um esforço conjunto de toda a sociedade para superar esses desafios e garantir a plena realização dos direitos das pessoas com deficiência. Somente com a união de esforços e a atuação concertada será possível construir um Brasil mais justo, igualitário e inclusivo para todos os seus cidadãos.