Durante a formação das Cidades - estado gregas, os filósofos se reuniam em praças públicas para discutirem sobre a vida cotidiana: a Ágora. Similarmente, na atualidade, a mídia se tornou um espaço de debates tal como na antiguidade. Entretanto, poucos conseguem estabelecer limites entre influência e manipulação. Todavia, tal subversão impede que a sociedade vivencie o direito ao bem estar coletivo. Assim, há de se combater o silenciamento social, bem como a omissão estatal.
Diante desse cenário, Jean-Paul Sartre afirma, em sua obra "O ser e o nada", que existe o termo "Acomodação Social", segundo o qual há alguns temas sociais banidos da discussão social. Sob a lógica de Sartre, a disseminação do ódio virtual, embora muito frequente na sociedade brasileira, não recebe a devida importância. Tal negligência prejudica todos os usuários, principalmente jovens e adolescentes, haja vista que tal parcela da população ainda não apresenta discernimento adequado para diferenciar influências positivas de negativa. Assim, é incoerente que o Brasil ainda conviva com o arcaico dilema do silenciamento social.
Ademais, a omissão do Estado motiva indiretamente a persistência da hostilidade midiática. Nesse aspecto, Noberto Bobbio - expoente filósofo italiano - afirma que as autoridades devem não apenas ofertar os benefícios da lei, mas também garantir que a população usufrua deles na prática. Sob essa lógica, a partir do raciocínio de Bobbio, o Estado precisa criar políticas públicas de maior fiscalização no ambiente virtual, protegendo a população e permitindo o uso benéfico no cotidiano.
É urgente, portanto, que o Ministério da Tecnologia - responsável pela transformação social - contribua para desenvolver os indivíduos, principalmente a parcela mais jovem, em relação as influências midiáticas, por meio de projetos educacionais, como encontros virtuais gratuitos, a exemplo de oficinas de prevenção de golpes e hostilidade, com a presença de professores e psicólogos especialista em comportamento humano. Essa iniciativa terá a finalidade de mobilizar o Estado a melhorar a segurança no contexto da internet e garantir que o conceito de "praça pública" que a mídia se tornou, seja conforme na antiguidade, um local seguro e feito para debates cotidianos saudáveis.