A sociedade grega foi marcada pela construção de uma sociedade patriarcal, principalmente, na constituição familiar, em que as mulheres e crianças eram consideradas de menor valor em relação aos homens. No Brasil hodierno, apesar do avanço na erradicação do patriarcado, os ideias antigos ainda influenciam nos núcleos familiares, haja vista que esses quando não considerados "normais" ou "tradicionais" são alvos de desvalorização. Desse modo, pode-se citar a religião e a mídia como frutos da problemática.
Sob esse viés, pontua-se a manutenção de ideias religiosos antigos como impulsionador da temática. Nesse sentido, no medievo a Igreja Católica difundiu, a partir do cristianismo, uma ideia estigmatizada na sociedade no que tange a formação da família, atribuindo como certo apenas aquela formada por uma mulher, homem, e filhos. Acerca disso, percebe-se que os indivíduos, pela falta de criticismo social, possuem dificuldade em aceitar a formação de núcleos familiares que diferem dessa concepção elaborada a partir da religiosidade. Dessa forma, a valorização do tema, em razão da escassa mobilidade por parte dos cidadãos, é dificultada.
Ademais, a formação de estereótipos pela mídia colabora para a perpetuação do revés. Nessa perspectiva, Edmund Burke, filósofo irlandês, afirma que os meios de comunicação se configuram como um quarto poder. Nessa lógica, nota-se que as propagandas midiáticas contribuem para a falta de representatividade de núcleos familiares considerados "diferentes" ao disseminarem apenas aqueles considerados "tradicionais", como as famílias matrimoniais. Assim, há a formação de um pensamento da existência de um único tipo de configuração familiar em detrimento dos outros, oque ocasiona, a consequente depreciação dos demais.
Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. Para tanto, urge que o Ministério das Comunicações- órgão responsável pela política nacional das telecomunicações- crie campanhas que objetivam conscientizar a população da importância da separação da religiosidade em relação as formações sociais, por meio de programas televisivos, a fim de incentivar a valorização das configurações familiares pelos indivíduos sem interferência religiosa. Além disso, é necessário a criação de propagandas representativas que erradiquem a concepção idealizada e errônea dos corpos sociais acerca das famílias não tradicionais. Desse modo, o Brasil não repetirá o passado grego.