Em sua obra, "Modernidade líquida", o sociólogo polonês Zygmunt Bauman discute a fragilidade de instituições, como o Estado, em lidar com problemas sociais de maneira duradoura. Por conseguinte, nota-se que a falta de políticas efetivas para lidar com a desigualdade na sociedade contemporânea prolonga suas consequências. Por isso, é imprescindível analisar esse óbice por meio de dois viés: a omissão governamental e a passividade midiática.
Em primeiro plano, segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes, o objetivo principal do governo é garantir a segurança e bem-estar dos cidadãos. Logo, o governo falha como organização sempre que malogra o cuidado dos indíviduos em situação vulnerável, afetados pela assimetria financeira e cultural no Brasil. Ademais, a falta de ações concretas para combater esse obstáculo se caracteriza como negligência estatal e deve ser abordada com urgência. Desse modo, a atuação dos governantes cumpriria seu dever que, conforme Hobbes, é garantir a convivência pacífica.
Outrossim, cabe inquirir o papel dos grandes portais de mídia na representação da desproporção de classes sociais. O filósofo estadunidense Noam Chomsky exprobra a deturpação da verdade notada na imprensa. Tal conduta pode ser observada em programas de televisão que mascaram as difíceis condições de vida dos mais pobres e escolhem mostrar apenas a magnificência dos cotidianos de indivíduos afortunados. Contudo, a produção de conteúdo informativo é essencial para a conscientização popular que, por sua vez, é de extrema importância para efetivar projetos que visam amenizar, ou até solucionar, as dificuldades atuais.
Portanto, é inegável que o Brasil possua muitos empecilhos para lidar com a desigualdade social e medidas devam ser tomadas com esse mesmo objetivo. Nesse sentido, incumbe ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome implementar políticas que resolvam essa complicação. Isso deve ser feito por meio da oferta de auxílios financeiros disponibilizados para brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza e promoção de palestras em escolas, com sociólogos especializados nessa área, para averter as problemáticas discutidas. Assim, a qualidade de vida geral pode melhorar drasticamente e as críticas de Bauman não mais representarão a realidade desse país.